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Se procurar bem você acaba achando
Não a explicação (duvidosa) da vida.
Mas a poesia (inexplicável) da vida.


Carlos Drummond de Andrade.



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Rio Claro, SP, Brazil
TEREZA CRISTINA BATTISTON,brasileira, psicóloga graduada pela Puc de Campinas em 1974, CRP-06/2050. Gosto de música e poesia, amo Saude Mental. Este sentir é o que apresento aos que procuram encontrar-se emocional, afetiva e psicológicamente. Sou psicoterapeuta de adolescentes e familiares, adultos e casais.

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04/01/2011

SINAIS DO FIM DE UM CASAMENTO.


            Interessante, olhando o Feedjit do blog, li que alguém chegou aqui, fazendo a pergunta no Google: como sentir casamento acabou?Fixei os olhos no cursor  piscando e pensei em toques que a pessoa sente, sinais que o par emite, de que  a relação chegou ou está a caminho do fim. Podemos partir  do princípio antigo de que, quando se faz a pergunta: "está acontecendo algum problema?" é porque naturalmente algo já está errado; mas  talvez as pessoas envolvidas na relação  não queiram, conscientemente dar-se conta disso.
            Separação é algo difícil. Para quem pede, e para quem concede. Não tem como negar que ambas as partes sofrem e muito, excetuando-se casos que envolvam psicopatologias, porém estou me referindo a pessoas comuns, do nosso dia a dia e que podem ser quaisquer pessoas. São aquelas que um dia olharam para alguém, um caso teve início, amor, paixão, razão também no meio de tudo, e de repente surge algo arranhando, uma nota dissonante como que desafinada , importunando o que estava perfeito (aparentemente). Dias surgem nos quais a voz da outra pessoa ao dizer " bom dia," irrita. O apelido carinhoso que um dia foi demonstração de puro afeto, soa meio ridículo.Tudo aos poucos, vai se modificando. Enfim, o tédio chegou e uma vontade de não ter que dividir espaço, gavetas, até a pia do banheiro.... começou o fim.
            Não creio que seja conveniente falar aqui dos que têm filhos, pois é um problema muito sério, porém diferente. Agora estamos falando do pré- luto do sentimento e do vínculo que está se desfazendo. Perda? Sem dúvida, mas tem a parte de ganhos. Mesmo que seja percebida apenas muito tempo depois dessas primeiras mágoas, dúvidas... ah, dor de esperar quem não vai chegar !!! Pode ser alucinante, e quando chega o dia, a cama que foi ocupada por apenas um dos dois poderia contar  intervalos de dor, raiva e orgulho ferido inimagináveis. Tanto quanto o começo de uma relação geralmente é permeada de alegrias, e cada dia amanhece cheio de novas perspectivas, os da época do início do fim são dolorosos. Chega a claridade do dia avisando que é hora de levantar, vestir-se após um banho e sair para o trabalho com o visual impecável ( como é difícil esconder do mundo, o que o interior teima em escancarar... ). São dias que passam sem que outro pensamento ocupe a cabeça tanto de um , como de outro. Um quer partir, acabar logo com a situação dolorosa também para si, mas não deseja ferir a outra parte. Período de horrores, quando o fim do dia encontra corpos doloridos pela tensão. Ainda juntos, sabem que o melhor é separar logo porque só sabem dizer palavras ofensivas, mesmo não querendo. A saturação  atingiu o último nível, melhor acabar logo com tudo. E quem está sendo deixado(a) também anseia pelo final: uma espécie de martírio terá fim. Cada peça colocada na mala é mais uma pedra jogada contra os sentimentos. Novas crises de choro, até que enfim a porta se fecha, e alguém permanece só no lar que foi de um casal. Inexplicável alívio; talvez pelo fato de ser a fase da pré-separação tão dolorosa que quando se termina com tudo, o anseio por paz de espírito é muito intenso, de ambas as partes.

            Duas pessoas seguem e recomeçam suas vidas , tudo de novo; mas sózinhas. De modo geral, um bom espaço de tempo será necessário até que encontrando-se, ao acaso ou , para tratar da parte legal, os dois consigam encarar-se com serenidade, sem enxergar no outro um inimigo.Estranho como o amor modifica-se tão intensamente, no impacto da separação, tornando as pessoas mesquinhas e cruéis... Mas a  separação faz parte do jogo da vida a dois. Um casal pode  ficar junto para sempre (atualmente isso é tão mais dificil que antes.....). Mas a ninguém é dado o direito de truncar a vida de outra pessoa, pelo simples fato de um dia ter acontecido um sentimento mais  forte, que os levou por intervalo de tempo à convivência marital, seja do tamanho que for  esse intervalo de tempo.É vida que segue. 
            Ninguém em sã consciência se casa para pedir separação. Quando acontece um casamento, na verdade os dois querem que seja para sempre,  "até que a morte os separe". Mas sentimento é algo dinâmico, modifica-se a todo momento. Nosso emocional tem uma estrutura, mas sua porção funcional é moldável e essa plasticidade permite que o encanto de ontem, torne-se a implicância de hoje. "Mas então, ninguém está seguro nunca de seu próprio casamento, do que o cônjuge sente???" Assim como cada fase da vida vai se sucedendo a uma outra, sentimentos podem sim, sofrer transformações.E nunca se disse, que casamento tem que ser a garantia de amor para sempre, pelo contrário: às vêzes acaba sendo exatamente o contrário.  Volto a dizer que duvido na separação sem dor de ambas as partes. Não é boa para ninguém, nenhum dos dois ganha nada com ela...... até que tudo recomece, depois do fim. Aí, a própria vida se encarrega de mostrar como tudo é mutável. Talvez seja um componente natural da sequência da vida. Dói. Mas pode recomeçar sempre.

4 comentários:

debora disse...

Nossa lendo isso fico pensando,como posso ainda estar com meu maridoja passei da fase final mas não consigo sair... por mim e por ele tbm ja naum temos nada a quase seis meses,estamos vivendo como dois irmãos que se agridem e mesmo assim naum consigo sair e para piorar tenho um anginho dentro de casa que fica no meio dessa situação. O que me prende é a situação financeira e medo que ele faça alguma besteira e eu nunca me perdou ja que ele diz que vai se matar oq fazer nessa situação!!!!!!

ENCONTRANDO-SE disse...

Débora, se quiser uma resposta pessoal para o que postou, faça novo comentário direcionado para o blog , passando seu e-mail.Nâo publicarei, naturalmente, e entrarei em contato com você. Assim fica bem para você?
Abçs
Tereza.

patricia hertel disse...

meu casamento já está por um fio faz tempo, mas o medo do fim que está na batendo na porta é tão grande que está nos tirando o chão, tanto meu quanto dele, as vezes está tudo bem, em questão de segundos ficamos mudos olhando pro nada ou pro fim, cada um perdido em seus pensamentos... a dor está quase insuportável e o medo do fim mais ainda.... sinto nele essa necessidade de acabar com tudo e ao mesmo tempo não sinto nada... só dor... isso passa?

ENCONTRANDO-SE disse...

Patrícia, fiquei distante do blog por motivos pessoais, mas agora penso que talvez você já tenha tomado alguma decisão.
Separação é algo em que ninguém é vencedor: nem quem pede, nem quem consegue.É uma dor terrível; de modo sadio ninguém se casa para separar-se, mas tem uma parada e a gente percebe que não deu certo. O sonho acabou, e antes que o pesadelo tome conta de sua vida, é preciso encarar uma nova fase.
Só dor, você diz; só?????
Após o medo vem o sofrimento das medidas legais originadas pela decisão: cada um vai refazer sua vida.
Isso passa? Parece impossível, mas ... passa. É vida que segue, Patrícia.E está inteirinha à frente de vocês dois, para ser lindamente vivida. Espero que se encarem, e digam: não deu certo. Vamos tomar uma decisão? Com calma, respeito e dor inevitável...mas a dor vai passar.
Beijos para vocês dois.