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TEREZA CRISTINA BATTISTON,brasileira, psicóloga graduada pela Puc de Campinas em 1974, CRP-06/2050. Gosto de música e poesia, amo Saude Mental. Este sentir é o que apresento aos que procuram encontrar-se emocional, afetiva e psicológicamente. Sou psicoterapeuta de adolescentes e familiares, adultos e casais.

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28/06/2010

"O casamento acabou.....e agora?" - acerca das perdas


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Há alguns anos coloquei nos jornais de minha cidade, um artigo com este título falando específicamente da separação de casais.Agora que estou começando a dar forma ao meu blog, resolvi remexer algumas lembranças, e tentar iniciar o processo de mostrar um pouco de mim mesma, de como sinto e vejo as coisas.
Anos atrás, sabia que trataria de um assunto direcionando minhas opiniões, para um só foco: o que acontece com cada um , quando o par é desfeito; como geralmente o ex casal sente e/ou demonstra emoções , diferenças entre homens e mulheres neste ponto, reações à nova situação de pessoas sózinhas.
Agora, é claro que ainda existem muitas considerações para se fazer quanto à situação do casal desfeito.

Ao  iniciar a colocação das idéias no computador, lembrei-me do quanto vivenciei entre meus " clientes adolescentes" que de várias formas contaram-me suas estórias na tentativa de aliviar a carga emocional pela qual estavam - oprimidos? -  quando da separação dos pais. E percebi que agora, seria mais lógico falar de perdas, já que este blog nasceu para todos ! ! ! Mas é bem mais direcionado aos adolescentes, para ser totalmente franca. Para vocês, meus adolescentinhos, a linguagem não precisa ser outra além daquela que vocês entendem e através da qual, possam sentir confiança nesta psicóloga. Aqui, não vão adiantar palavras rebuscadas ou citações bibliográficas que possam denotar o quanto de cultura fui acumulando. O importante é compreender com o coração.

Então, vamos lá: perda foi a palavra - chave que lancei logo no início deste texto. Quando um casamento é desfeito naturalmente ocorre perda. Ela existe para o homem, que deixa de ter sua esposa.o mesmo para a esposa, que na nossa sociedade ainda fica mais vulnerável.Estamos numa sociedade ainda cheia de marcas, onde o homem coordena tudo e resolve tudo (  ou quase tudo...). Não gosto do termo, mas é uma sociedade ainda machista. Nem por isso o homem sofre menos, quando ocorre essa perda. Acredito que nenhuma pessoa sem problemas psicológicos case hoje, para separar-se amanhã. Não, penso que ainda existe aquela coisa de casar, ter uma casa, dois ou tres filhos, constituir família.Os filhos deste casal que se separa são os que  mais sofrem? Será? O que pensam disso? Estão vivenciando algo assim, ou conhecem pessoas da sua idade, que estão passando pela separação dos pais?
As perdas doem. Uma separação conjugal  não é boa para  ninguém. Ninguém mesmo. A pessoa que pede separação tem conflitos, tristezas, sonhos desfeitos. Alívio misturado com outras coisas desagradáveis. Para quem recebe o pedido de separação, a mesma coisa : dor, tristeza... e o que dizer do processo  legal que envolve tudo isso? Que cada visita ao advogado, arranca as cascas das feridas e o sangue começa novamente a escorrer? É uma fase dolorida, para os dois. E quando existem filhos......bem, infelizmente de modo geral a situação dos filhos  não é encarada com a seriedade que merece. Ouvi de um garoto de 07 anos, a queixa de que não havia adiantado nada a separação dos pais, " porque eles continuavam brigando" . É claro que os filhos sentem a situação antes mesmo que ela se concretiza. As atitudes pré- separação dos pais, são sentidas, algo ruim é pressentido; qual o filho que prefere ficar entre brigas dos pais, ao invés de ter os dois, mas sem brigas? Isso tudo demora? Claro que demora para acontecer. É uma situação nova, que mexe nas estruturas da família, tira tudo e todos de seus lugares, literalmente, porque um dos dois muda de casa; ou os dois mudam; ou nenhum muda e continuam convivendo " separados" na mesma casa ! Sim, este absurdo ocorre. Quanto sofre uma criança, ou um adolescente, ao ter todos os dias, sem exceção, um rol de brigas, de agressões. Penso que é impossível duas pessoas separadas conviverem debaixo do mesmo teto, porque a casa é dos dois.
Bem, até agora falei de modo bem geral sobre uma situação de perda que afinal é muito complicada e nem de longe, penso que o assunto poderia ser tratado de uma só vez, aqui. Talvez eu tenha mesmo, pensado em ter de agora em diante, algumas opiniões ... quem sabe até  de adolescentes mesmo? Será que os adolescentes lêem blogs de psicologia? Vou verificar agora. De todo modo, estou feliz por iniciar o meu relacionamento com vocês, meus futuros visitantes. Espero que tenha despertado pontos de indagações em cada um de vocês. Uma das coisas que considero benéficas nos padrões de pensamento, é o tipo de pontos esparsos lançados de forma instigante, mesmo. Porque instigar é provocar trabalho mental, portanto, vamos lá ! 

Tereza Cristina Battiston
           

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